11 de fev. de 2010

Ela e o Tempo...

Por mais que o tempo fosse um alivio para suas dores de cotovelo,
ela continuava remoendo algo do passado.
Algo tão claro, que não dava para disfarçar seu sorriso torto,
meio de canto, meio santo.
Talvez um sorriso que fora escondido por tanto tempo.
Faltava-lhe um pouco de loucura e coragem para tornar real aquilo que ela desejava.
Ela tentava desvendar ruídos de alegria dor e satisfação.
Havia algo em seus pensamentos maldosos, ora tão doces.
Uma verdadeira desordem em sua mente tão obscura, um alento talvez, um desejo.
Uma recordação, um pedido, um universo perdido no tempo.
Ela procurava por todos os cantos e não encontrava nada.
Estava oca, definitivamente desequilibrada por dentro.
Guardou tudo tão escondido, que não era capaz de achar nada,
além de cacos de sua mísera inquietação.
Tudo tão vago, sem explicações, um verdadeiro caos de emoções.
Tão longe de si ela avistou uma peça fundamental para tudo o que sempre procurou.
Ele estava lá no fundo do seu armário,
esquecido, intacto e o tempo não passou para aquele caderninho de capa dura.
Parece que foi ontem, que ela o havia guardado com tanto cuidado.
Cuidou tanto para que não fosse encontrado, que o esqueceu ali por uns dez anos.
A sua memória saltitava alegremente tentando tocar aquele caderno.
Nele algumas frases, pedaços de um rascunho feito a mão.
Linhas escritas diariamente com afinco e letras desenhadas como se fosse uma canção...
Histórias marcadas por tinta e papelão.
Restos de amor, embalados com o coração.
Alguns versos. Algumas alegrias.
Um choro contido, uma risada aflita.
Um soluço. Frases infinitas Jogadas ao tempo.
Pedaços de sonhos, de amor e compaixão.
Linhas e desilusão...


Por uma identificação pessoal...
http://umlugaraosolpertodovento.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Olá!!!

    Muito obrigada pelo carinho, fico lisonjeada de ver meu texto aqui no seu espaço!!

    Tenha um maravilhoso final de semana!!

    bjo

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