14 de jun. de 2009

A DOADORA

Minha filha Sara e eu éramos muito boas amigas.
Ela morava com sua família numa cidade próxima,
o que permitia ver-nos com freqüência.
Entre visitas, nos escrevíamos ou falávamos ao telefone.
Quando me ligava, sempre dizia:
“Oi, mãe, sou EU”, e eu lhe respondia:
““ oi, EU, como estas?””.
Às vezes eu a chamava de “EU” para brincar com ela.
Depois, minha Sara morreu subitamente, de uma hemorragia cerebral.
Não faz falta dizer que fiquei devastada.
Não pode existir dor mais terrível para uma mãe que perder um filho querido. Necessitei de toda minha Fe para continuar adiante.
Decidimos doar seus órgãos a fim de que algo de bom surgisse ao menos de uma situação trágica em todo sentido.
No seu momento,
soube pelo grupo de recuperação de órgãos onde tinham ido todos os órgãos da minha filha.
Não se mencionaram nomes.
Mais ou menos um ano depois,
recebi uma belíssima carta do jovem que recebeu seu pâncreas e seus rins.
Como tinha mudado sua vida!
OH meu Deus! E como não podia usar seu nome verdadeiro,
adivinhem como assinou sua carta:
“EU”.
Minha taça transborda..
.Texto atribuído a
Mary M. Jelinek

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