Já não me importo, até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto e cujo movimento é ali estar.
Nada me resta, do que quis ou achei.
Cheguei da festa como fui para lá ou ainda irei
Indiferente a quem sou ou suponho que mal sou,
Fito a gente que me rodeia e sempre rodeou,
Com um olhar que, sem o poder ver, sei que é sem ar
De olhar a valer.
E só me não cansa o que a brisa me traz
De súbita mudança no que nada me faz.
Fernando Pessoa
Nenhum comentário:
Postar um comentário