Não se afobe não, que nada é pra ja, o amor nao tem pressa,
ele pode esperar em silencio, num fundo de armário,
num posta-restante, milênio e milênios no ar...
E quem sabe, então, o Rio será alguma cidade submersa.
Os escafandristas virão explorar sua casa, seu quarto
suas coisas, sua alma, seus desvãos...
Sábios em vão, tentarão decifrar o eco de antigas palavras,
fragmentos de cartas, poemas, mentiras, retratos,
vestigios de estranha civilização.
Não se afobe, não, que nada é pra já,
amores serão sempre amáveis.
Futuros amantes quiçá se amarão, sem saber,
com o amor que eu um dia deixei pra voce.
( Chico Buarque, " futuros amantes "
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