19 de out. de 2012

O tempo...


Eu vi a vida passar por mim...
Eu vi o que muitas vezes pedi em segredo, e quando menos esperava estava ali.
Eu vi o brilho nos olhos da morena, desgarrada de toda insensatez daquele que não devia ter tido...
vi a profusão de sentidos se misturando a uma verdade abstrata, às vezes sem sentido, às vezes sem razão...
 os dias se perderem ao encontro das noites sombrias, Sonhos vadios entorpecidos pelo desejo insano...
Vi a morte das palavras soltas num tempo longínquo, que a mente busca sorrateiramente, tentando não esquecer...
Vi o espelho da alma inerte jogada num canto, refletindo uma vida inacabada sem começo, sem meio...
No sorriso estampado do infante, abracei a esperança adormecida naquele brilho de olhar que não se apaga.
Vi pensamentos tolos, sentimentos rotos. A sombra das frases feitas, dos cantos mudos silábicos que nunca sai da memória.
A saudade estampada nas vitrines da lembrança que vagarosamente como um filme se revela a todo instante...
Vi o tempo curar as feridas, amenizar a dor da partida, marcar minha pele, mas não diminuir o silencio da ausência consentida...
Eu vi o choro do miserável, o riso do mago da vida distribuindo estrelas na noite dos apaixonados,
E me encantei com o sorriso, com os sons, com o inebriante perfume que vem no seu caminhar...
Eu vi a vida que passa, a vida que vai, eu vi pulsar o coração adolescente no primeiro encanto,
Vi a lagrima que caia na solidão das alcovas no riso embaçado quando a vontade lhe pedia pra ficar.
A alegria estampada na simplicidade que não calava minha voz...
Vi o apego dos inseguros, a fuga da realidade, vi o medo...
Eu vi a vida no tempo que passou, no tempo que vai.
...

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