24 de out. de 2009







…olha-me.
Fixamente nos olhos.
Assim…
de longe,
para que não sintas o orvalho que escorre em lava até à minha voz.
Para que não saibas que as ervas arrefecidas se esvaecem nos prantos. Na jactância brilhante da cor que presumes.
Vai-te, vaidade da efemeridade acordada.
As tuas pétalas, agora acetinadas,
morrerão na esquina do tempo.
Às mãos de argamassa com que elevaste a distância. Não galgarás o muro, sem a verdade dos cimentos. Na certeza que há fundamentos com cor.

…olho-te.
Amarradamente ao fim. Assim… ao longe, para que conheças a dissemelhança das cores…
de longe, para que, no horizonte cinzento-branco do meu olhar, vejas que o cinzento se desconcentra numa alforria de vinhos…

…olho-te.
De tão longe. Mas sei o arco-íris da tua pele… e o sabor que exala das pétalas carminas…
com que me vencias.
A mim.
Assim…

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